Resenha | Onde a lua não está, de Nathan Filer

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Escritor: Nathan Filer
Editora: Rocco
Páginas: 271
Sinopse: "Em uma viagem de férias com seus pais, Matthew e o irmão mais velho fogem no meio da noite em uma aventura infantil. Mas apenas Matthew volta a salvo para casa. Seu frágil irmão, portador da Síndrome de Down, não resite a essa furtiva jornada.Dez anos depois, Matthew vive sozinho em Bristol, Inglaterra. Ainda assombrado pela perda, ele agora vive à beira de esquizofrenia, convivendo com a presença e a voz do irmão falecido. Apenas de seus pais e sua amorosa avó tentarem lidar com a sua condição da melhor forma possível, isso não o impede de transitar por inúmeras instituições psiquiátricas."
"Sempre que ele ria, tudo ficava um pouco melhor." (pág. 23) 
 Quando Matthew tinha 9 anos, houve um acidente em que seu irmão mais velho, Simon, acabou morrendo. Simon era um menino especial. Ele tinha uma doença, o que gerava a superproteção dos pais, que sempre colocavam a culpa em Matt quando alguma coisa dava errada.

O livro é narrado em primeira pessoa do singular - narrado pelo protagonista, Matt. Em cada capítulo, Matt descreve como foi sua infância com seu irmão Simon e como foi sua vida depois que ele faleceu. Apenas um detalhe: quando eu descobri como Simom morreu - e isso foi nos últimos capítulos -, eu fiquei tão chocada que eu demorei para acreditar.
"É como se cada um de nós tivesse em um muro que separa nossos sonhos da realidade, mas o meu tinha rachaduras. Os sonhos podem se espremer e passar por ali, até ficar difícil saber a diferença. Às vezes o muro se rompe completamente. É quando os pesadelos aparecem." (pág. 26) 
"Algumas coisas na vida são exatamente como imaginamos." (pág. 49)
O que mais me emocionou na história, foi a triste realidade de Matt após a tragédia: viveu em um hospital psiquiátrico por um longo tempo, tomando medicamentos, tentando lidar com "o fantasma" de Simon, e, além disso, sua doença - esquizofrenia - começou agravar logo depois do ocorrido.

Matthew vai nos envolvendo em sua loucura conforme as palavras que ele escreve. Agora com 19 anos, ele nos conta o que aconteceu desde o dia em que seu irmão morreu, alternando com outras lembranças ao longo dos anos. E é através de um computador do hospital que Matt descreve toda a sua vida.

"De qualquer modo, nem tudo tem de significar alguma coisa." (pág. 73)
"Às vezes o mundo todo pode parecer as letras miúdas que você encontra ao pé dos anúncios, e aí coisas cotidianas como um sorriso ou um aperto de mãos, ficam carregadas de mensagens conflitantes." (pág. 192)
A forma como a história é escrita, é simples e objetiva. Te faz sofrer junto com o personagem. Matt era apenas uma criança de 9 anos quando tudo aconteceu. Cresceu com esse "trauma" e sentindo-se culpado pela morte do irmão.

Apesar do drama, é uma história de amor. Amor entre irmãos; amor entre pais e filho. E, além de tudo, uma história de perdão e superação. 
"É assim que juntamos nosso passado. Fazemos isso como num quebra-cabeça onde faltam peças. Mas, se tivermos peças suficientes, podemos saber o que se encaixa nos espaços." (pág. 245)
"Mas eu aprendi uma coisa sobre as pessoas, é que elas sempre podem surpreender a gente." (pág. 266)
Conclusão: O livro me mostrou o quanto é importante seguir em frente, continuar a vida mesmo depois da morte de um ente querido; mostrou também o quanto é importante perdoar o próximo; e, acima de tudo, amar sua família, pois é ela que estará lá quando mais ninguém estiver.

Avaliação: ♥ ♥ ♥ 

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